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O pai e a avó de Kauã, um dos irmãos que morreu no incêndio dentro de uma casa de Linhares, no Norte do Espírito Santo, fizeram um protesto no Centro de Vitória, na manhã desta quinta-feira (8). A família é contra a soltura da mãe das crianças Juliana Salles, que aconteceu nesta madrugada.
A pastora Juliana Salles, mãe dos irmãos Kauã e Joaquim, saiu do Centro Prisional Feminino de Cariacica, por volta das 3h desta quinta-feira (08/11/2018). Ela estava presa desde o dia 20 de junho, mas foi solta após uma decisão da Justiça.
O pai de Kauã, Rainy Butkovsky, afirmou que não teve acesso ao processo que corre em segredo de justiça e não pode colocar o advogado da família na última audiência, que aconteceu no dia 23 de outubro e contou com a presença dos pastores.
"Nosso protesto é pela indignação e revolta pela Juliana ter sido solta depois do próprio juiz declarar que ela se uniu com Georgeval para ceifar a vida das crianças e aumentar a arrecadação de fiéis. O juiz ainda declara que ela foi omissa pela morte das crianças e os abusos", diz Rainy.
O pai ainda informou que o advogado entrou com recurso para reverter a decisão do juiz que soltou Juliana.
A mãe da menina Thayná de Jesus, que foi estuprada e morta, Clemilda de Jesus, participou do protesto por apoio e solidariedade a família. Ela cobra um posicionamento da justiça sobre a soltura.
“É uma dor muito grande por saber que em 2016 o Ademir (acusado de estuprar e matar Thayná) estava preso e soltaram ele. Em um momento como esse, eles tinham que dar uma satisfação do porquê de estar soltando ela (Juliana) se foram eles que falaram para a sociedade que ela era culpada”.
O pastor Georgeval Alves segue preso no Centro de Detenção Provisória de Viana.
Soltura
A decisão foi do juiz responsável pelo caso, André Bijos Dadalto, da primeira Vara Criminal de Linhares. O caso segue em segredo de Justiça e por isso não foram divulgados os argumentos que levaram o magistrado a essa determinação.
Antes de ser transferida para Cariacica, Juiliana estava detida em uma penitenciária do município de Teófilo Otoni, em Minas Gerais.
A Justiça acatou a denúncia do Ministério Público, que a denunciou como co-autora do crime porque sabia que as crianças eram agredidas e assumiu o risco ao deixá-las com o marido, o pastor Georgeval Alves.
Caso
As crianças morreram em um incêndio no dia 21 de abril, em Linhares. Georgeval, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, foi acusado de estuprar, agredir e queimar as crianças. Já a esposa dele, Juliana foi presa porque, segundo o juiz, foi omissa e sabia dos abusos que as vítimas sofriam.
Eles são acusados de homicídio qualificado, estupro de vulneráveis e fraude processual. Georgeval ainda responde por tortura.
Audiências
Para apurar o assassinato dos irmãos já foram realizadas duas audiências, de três. Elas não são abertas ao público porque o caso corre em segredo de justiça. A terceira audiência ainda será marcada para ouvir as testemunhas de defesa e concluir os relatórios. Ao todo, 36 testemunhas foram ouvidas.
A primeira aconteceu no dia 10 de outubro, na 1ª Vara Criminal de Vitória. Na ocasião foram ouvidos os peritos da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, que estiveram na casa depois do incêndio.
Na segunda, que aconteceu no dia 23 de outubro, na 1ª Vara Criminal de Linhares, os pastores ficaram frente a frente pela primeira vez depois da prisão de Georgeval.
Fonte: G1 ES
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