Vídeo da reportagem completa sobre o caso
“Kauã é uma estrela brilhando no céu, é nosso anjinho, assim como Joaquim, pois só trouxeram coisa boa nesse mundo”. O desabafo cheio de saudade é da comerciante Marlúcia Butkovsky Loureiro, avó paterna do pequeno Kauã Butkovsky, de 6 anos.
ENTREVISTA EMOCIONANTE
Veja o vídeo da entrevista com a avó de Kauã
Em uma entrevista marcada por mais lágrimas que palavras, a comerciante, que é mãe de Rainy Butkovsky, diz como encontrou o pastor George, ainda no dia do incêndio, e o que aconteceu após saber dos detalhes do assassinato do neto e do irmãozinho dele.
NOTÍCIA DA MORTE
Recebi duas ligações de um parente que viu na internet, já eram mais de 9 horas no sábado. Eu achei estranho, pois eles moravam em uma casa boa. Liguei para a Juliana em seguida, pois sempre foi fonte segura sobre o Kauã. Uma pastora atendeu e pedi pra falar com a Juliana para ter informações sobre meu neto. Passaram o telefone pra ela, que confirmou. Eu me desesperei, entrei em prantos, fiquei em choque. Chamei Rainy (pai de Kauã) e contei o que tinha acontecido, ainda sem acreditar direito.
ENCONTRO
Eu, Rainy, minha filha e meu namorado fomos de carro para Linhares (a família é de Vila Velha). Primeiro passamos na casa, onde vimos as marcas do fogo. Depois, encontramos George e Juliana na casa de parentes deles. Vimos os dois sentados e chorando. Não tivemos coragem de perguntar nada. Achávamos que todos estavam com o mesmo sofrimento da gente, pois se tratava de um acidente até então.
PASTOR E ESPOSA
Eu vi o George meio de longe, apoiado por duas pessoas, pois estava com ataduras nos pés. Estava careca e eu não o reconheci, inicialmente. Ele abraçou meu filho (pai de Kauã) e pediu perdão, fato que eu entendi que era porque ele não conseguiu salvar o meu neto, assim como o filho dele. Juliana estava muito abatida.
CULTO
Não tínhamos mais o que fazer de imediato pois não conseguíamos ajudar a liberar os corpos, que iam para Vitória, pois precisava de DNA. Nos convidaram para um culto às 18h. Assistimos e, no final, o George pediu pra anunciar que ele faria o culto no dia seguinte, normalmente. Voltamos pra Vitória depois disso, sem saber o que fazer.
SEGUNDO ENCONTRO
Acompanhei Rainy para fazer o exame de DNA, onde encontramos a Juliana e o George. Ele estava com o pé calçado, até perguntei se tinha melhorado e ele disse que tinha ganhado o tênis que era um número maior. Quando estávamos dentro do DML, ele disse que ia falar com a imprensa. Eu fiquei indignada com aquilo, pois pra gente não falou nada como foi que aconteceu, mas ele foi dar entrevista. Ouvi aquilo tudo sem emoção alguma, fiquei preocupada.
DESCONFIANÇA
As pessoas desconfiavam dele, condenando, falando que ele era culpado e eu falava com meu filho que não deveria colocar ódio dentro do coração dele e que não julgasse. Nunca soubemos de nada de ruim dele, nunca foi negligente com o Kauã. Rainy nunca o culpou, até o dia da prisão. Não sabíamos o caminhar daquela investigação da polícia, que estava demorando tanto. Esperávamos que fosse um acidente, que ele não tivesse culpa. Seria mais aceitável, em hipótese quisemos condená-lo.
JULIANA DISTANTE
No dia que a imprensa publicou que meu filho achava que o George era culpado, Juliana não quis mais falar com a gente. Isso me doeu muito, meu neto era criado por ela desde os dois aninhos. Passamos a conversar com o pai dela, pois tínhamos que providenciar o enterro das crianças.
DETALHES DO CRIME
Desde quando soubemos da crueldade e maldade que o George praticou com meu neto e com o filho dele, eu só posso classificar ele como monstro. Não é uma pessoa digna. Esse homem que era chamado de pastor o tempo todo almoçou dentro do meu restante no dia que veio pra Vitória depois da morte do Kauã, abraçou meu filho. Ele não fez uma oração sequer, nunca para Deus confortar o coração das famílias. Aquilo ali é pastor do inferno. Cadeia é pouco. Quero que vá a júri popular e que pegue o máximo de cadeia. Nunca vai trazer meu neto de volta, mas a justiça tem que ter feita na terra e no céu.
DESPEDIDA COM KAUÃ
A última vez que estivemos com meu neto foi na Semana Santa, em Linhares. Passamos três dias lá com o Kauã e no último dia o Joaquim também ficou com a gente. Só tenho lembranças de alegria. Meu neto foi minha benção, só me trouxe alegria por esses seis anos.
LEMBRANÇAS
No celular da avó Marlucia, inúmeras fotos e vídeos do neto Kauã são as lembranças que a fazem sorrir. “Olha como era um menino inteligente, tocava violão e bateria. Muito extrovertido, interagia com todo mundo”, contou a avó exibindo as imagens de Kauã cantando e tocando a música “Oi Jesus”.
A avó contou que a relação do neto com George nunca levantou qualquer suspeita. “Ele sempre tratou bem o meu neto. Na Páscoa, o Kauã pediu ao pai que comprasse um presente para dar para George”, contou Marlucia.
O Kauã e Joaquim eram muito grudados. “Assim como meu neto, Joaquim era uma criança muito meiga e carinhosa. Peço a Deus que conforte as nossas famílias, a de Kauã e também a do Joaquim. Meu neto agora é uma estrela brilhando no céu. Vai ser anjo, assim como o Joaquim. Eles só trouxeram coisa boa nesse mundo”, desabafou a comerciante.
Mesmo com o distanciamento da pastora Juliana, Marlucia disse que se preocupa com o estado dela. “Fico pensando na Juliana, como deve estar o coração dessa menina. Ela perdeu dois filhos agora, já tinha perdido uma menina. Que dor sem medida”, completou.
Fonte: Gazeta Online
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