DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL DIZ QUE O GAROTINHO É O LÍDER DE UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Vídeo mostra Garotinho na sede da Polícia Federal

O secretário de Governo de Campos e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, foi preso por volta das 10h desta quarta-feira (16/11) pela Polícia Federal de Campos, em um apartamento na Rua Senador Vergueiro, no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro-RJ. O mandado de prisão foi decretado pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da Justiça Eleitoral de Campos. Trata-se de mais uma fase da Operação Chequinho, que investiga o uso eleitoral do programa social Cheque Cidadão.

A superintendência da Polícia Federal em Campos dos Goytacazes informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva por crime eleitoral contra Garotinho. O órgão afirmou que daria mais informações sobre o tipo do crime ao longo do dia, já que a operação ainda está em andamento. Garotinho deve ser levado inicialmente para a sede da PF no Rio e, em seguida, conduzido para Campos, ainda nesta quarta-feira.

— Ele é líder de uma organização criminosa. Usou o programa Cheque Cidadão para comprar votos e, consequentemente, fraudar as eleições em Campos — diz o delegado Paulo Cassiano, da Polícia Federal de Campos, responsável pela operação.

De acordo com o delegado, Garotinho ainda está no Rio, mas será levado nesta quarta-feira para Campos. Lá, ele será conduzido a uma delegacia e, em seguida, irá para o presídio.

A filha de Garotinho, a deputada federal Clarissa Garotinho, deixou às pressas a reunião com o governador Luiz Fernando Pezão no Palácio Guanabara e a bancada federal do Rio sobre a crise financeira no Estado. Ela foi direto para a superintendência da Polícia Federal do Rio.

No último dia 12, o advogado criminalista Fernando Fernandes impetrou um habeas corpus com pedido de liminar para garantir que o Juízo da 100ª Zona Eleitoral não decretasse qualquer prisão provisória contra o político.

O advogado Jonas Lopes Neto, que representa a defesa de Garotinho, classifica a prisão como arbitrária e indevida.

— A prisão é baseada em fatos totalmente inverídicos e nós estamos bastante confiantes de que vamos conseguir em breve a liberdade dele — diz.

De acordo com o advogado, a defesa de Garotinho irá impetrar pedidos de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral e no Tribunal Superior Eleitoral para tentar reverter a prisão.

Em nota, o criminalista Fernando Augusto Fernandes afirma que a prisão de Garotinho “vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do Tribunal Superior Eleitoral”. De acordo com o advogado, a prisão do político é “abusiva e ilegal e decorre de sua constante denúncia de abusos de maus tratos a pessoas presas ilegalmente naquela comarca. Estas denúncias de abuso foram dirigidas à Corregedoria da Polícia Federal e ao juiz, que nenhuma providência tomou. Pessoas presas mudaram vários depoimentos após ameaças do delegado. No entanto, o TSE já deferiu quatro liminares por prisões ilegais. A Justiça certamente não permitirá que este ato de exceção se mantenha contra Garotinho.”

Fonte: G1 Norte Fluminense

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