O caso do desaparecimento do pescador Messias Porto de Souza, que mobilizou o Sul do Espírito Santo em outubro de 2020, teve seu capítulo final nesta quinta-feira (09), com a condenação de Sávio Antônio Ferreira da Silva. Apontado como o mandante do crime, Sávio foi sentenciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver em júri popular realizado no Fórum de Cachoeiro de Itapemirim. O veredito encerra uma longa espera por justiça para a família da vítima, cujo corpo nunca foi localizado.
A trama que resultou na morte de Messias foi motivada por um relacionamento extraconjugal que a vítima mantinha com Bianca Santos Ferreira, esposa de Sávio. Segundo a denúncia do Ministério Público, Sávio descobriu o caso e passou a ameaçar o pescador, forçando Messias e sua esposa, Mayara Almeida Juvencio, a se mudarem da localidade de Joacima, em Itapemirim, para Cachoeiro de Itapemirim, em uma tentativa de escapar das intimidações.
A execução do crime foi marcada por traição e uma emboscada. Sávio contratou Rubens da Silva Santos, colega de trabalho de Messias em uma embarcação pesqueira, para executar o assassinato. No dia 27 de outubro de 2020, Rubens viajou de Minas Gerais, onde residia, para o Espírito Santo e, após diversos contatos telefônicos com Sávio, foi até a casa da vítima.
Sob o pretexto de que iriam “resolver o problema” com Sávio, Rubens convenceu Messias a entrar em seu carro. A vítima saiu de casa apenas com a roupa do corpo e o celular, acreditando que voltaria em breve. Messias, no entanto, foi assassinado e seu corpo ocultado por Rubens, que retornou para Minas Gerais um dia após o crime.
As investigações, conduzidas pela Polícia Civil, desvendaram o plano através da quebra de sigilo telefônico dos envolvidos, que revelou intensa comunicação entre Rubens, Sávio e Bianca antes e depois do desaparecimento. O depoimento de um policial civil durante o processo detalhou as contradições nas versões dos acusados e como a análise das antenas de celular (ERBs) foi crucial para mapear os passos dos criminosos.
O processo foi desmembrado porque Sávio recorreu de uma decisão de pronúncia, mas o recurso foi negado pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça em novembro de 2023. O executor, Rubens da Silva Santos, já havia sido julgado em julho de 2024. Em seu júri, ele confessou o crime e foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio e ocultação de cadáver. Agora, com a condenação do mandante, a justiça conclui a responsabilização dos dois envolvidos diretos no assassinato.
Fonte: Espírito Santo Notícias
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