VEREADOR É ACUSADO DE USAR MANDATO PARA COMPRAR VOTOS COM DOAÇÕES E PROMESSAS DE EMPREGO EM MIMOSO DO SUL

 
Por decisão unânime, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Espírito Santo determinou o prosseguimento de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o vereador Marcos Moreira Escarpini, conhecido como “Jaú”. A denúncia, que aponta abuso de poder econômico e compra de votos, baseia-se em provas como áudios e mensagens anexadas ao processo.

A investigação revela que Escarpini teria utilizado seu mandato para prometer e facilitar empregos em troca de votos, além de distribuir geladeiras e fogões à população afetada por enchentes. Esses itens foram entregues por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em uma prática que caracteriza uso indevido da máquina pública.

A denúncia foi apresentada pelo ex-vereador Welison Pires, o Robô, derrotado nas eleições municipais de 2024 por apenas quatro votos de diferença. Segundo seus advogados, o esquema ilícito teria desequilibrado a disputa ao aliciar eleitores e intimidar adversários por meio de promessas de benefícios e empregos.

Ex-vereador Welison Pires, o Robô

Obstáculos no judiciário local

Inicialmente, a juíza eleitoral de Mimoso do Sul arquivou o caso três vezes, alegando a necessidade de mais informações sobre os envolvidos. Contudo, os advogados de Pires argumentaram que os dados exigidos já estavam disponíveis no sistema DivulgaCandContas da Justiça Eleitoral, o que tornava a exigência desnecessária e comprometia a celeridade do processo.

Com o arquivamento, a defesa recorreu ao TRE, que decidiu pelo retorno do caso à comarca de Mimoso do Sul para coleta de provas. O relator, desembargador Felipe Leitão Gomes, foi acompanhado por outros seis magistrados, formando uma decisão unânime que agora permite o avanço das investigações.

A posição do denunciante

Robô se mostrou confiante na Justiça e declarou que foi prejudicado pela má utilização de recursos públicos em benefício eleitoral. “É inadmissível que a máquina pública seja usada para comprar votos com nosso próprio dinheiro. Espero que a Justiça puna os responsáveis e que isso sirva de exemplo para evitar práticas como essa no futuro”, afirmou.

Fonte: Opniões ES / Alan Fardin

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