O entrevistado desta edição, na série com prefeitos do Caparaó, é Fabrício Gomes Thebaldi, de Apiacá.
O chefe do Executivo falou sobre diversos assuntos, dentre eles, como encontrou a Prefeitura quando assumiu em 2017 e como conseguiu sanar as dívidas herdadas.
Quais foram os maiores desafios que o senhor teve ao tomar posse como prefeito?
Assumimos Apiacá, que é o município com a menor arrecadação do Estado, com muitos veículos depredados, caminhões bastante deteriorados, nossos imóveis, escolas, todos com vazamento, precisando de reformas rápidas e urgentes. Nossa cidade estava muito suja, e precisamos trabalhar muito para que não tivéssemos epidemias de dengue, por exemplo. Existem algumas dívidas que aos poucos o município foi pagando. As nossas certidões não estavam regularizadas e, hoje, temos o Certificado de Registro Cadastral de Convenentes do Estado do Espírito Santo (CRCC) em dia, o
que nos possibilita receber recursos vindos do Governo Estadual e Federal.
O que foi feito para contornar estas situações?
Uma das primeiras atitudes que tomei quando assumi foi rever todos os contratos terceirizados na prestação de serviço ao município. Existia no município uma empresa que tinha contrato para a varrição de ruas. Até o momento, não foi contratada nenhuma empresa para varrer as ruas de Apiacá. Entendo que os nossos servidores podem, sim, fazer este serviço, trazendo uma enorme economia para os cofres públicos. Os servidores entendem a situação, gostam da cidade. Eles trabalham com muita dedicação para contribuir com o bem-estar de todos. A manutenção da rede de iluminação pública é outro exemplo. O contrato da empresa que prestava este serviço era de R$ 30 mil mensais, R$ 360 mil por ano. Só em 2017, gastamos, durante todo o ano, algo em torno de R$ 12 mil para efetuar o mesmo serviço. Isso representa uma economia de R$ 348 mil.
“GOSTARIA DE VALORIZAR CADA VEZ MAIS O SERVIDOR PÚBLICO, MAS NÃO PODEMOS SER INCOERENTES E IRRESPONSÁVEIS AO PONTO DE QUEBRAR O MUNICÍPIO”
Em relação aos servidores, existe uma preocupação com relação à folha salarial? Pois muitos municípios atingiram o limite estipulado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Preciso destacar que, praticamente, nunca entrei na área política. Venho do setor privado, comércio empreendedor, e sei que demitir funcionários e não contratar tantos outros que vêm à Prefeitura pedir é bastante difícil. Porém, temos que honrar a LRF, sob pena de sermos responsabilizados. Desde o ano
passado, até este momento, estamos dentro dos limites que a lei exige, orientados pelo Tribunal de Contas. Reconheço que nem todos ficam satisfeitos, uma vez que temos que cortar na própria carne.
É possível falar em aumento salarial para os servidores?
Esta é uma pergunta complexa, que depende de muitas variáveis. A economia vai melhorar? Os municípios terão um aumento significativo de repasses? Teremos condições de aumentar todos os salários e manter os demais serviços sem quebrar o município? Difícil dizer. Se dependesse da minha vontade, sim. Gostaria de valorizar cada vez mais o servidor público, mas não podemos ser incoerentes e irresponsáveis ao ponto de quebrar o município.
Quais foram os principais avanços que o senhor destacaria na área da Saúde?
Pegamos o município com repasse de R$ 87 mil mensais para o Hospital José Monteiro, que só sobrevive por uma intervenção do Ministério Público. Hoje repassamos até R$ 133 mil por mês. Não tínhamos ortopedista no hospital. Hoje temos. Em Apiacá investíamos R$ 5 mil em exames por mês. Aumentamos esta verba para R$ 9 mil, quase dobramos a capacidade de realizar estes exames, e pretendemos aumentar ainda mais no ano que vem. Em 2016, foram quase 3,5 mil casos notificados de dengue. Em 2017, não houve nenhuma notificação. Em 2018, até agora, apenas um caso.
O senhor cita que o transporte de pacientes para outras cidades é um ponto de destaque na Saúde. Por que?
Enviamos de duas a três vans com pacientes, todos os dias, para cidades de referência como Guaçuí, Jerônimo Monteiro ou Vitória. As pessoas não ficam sem transporte para fazer suas consultas ou exames. Nas outras gestões isso não acontecia. Se você não vai à consulta, não faz exame. Se não faz exame, o médico não irá prescrever o remédio que você deveria tomar. Ou seja, você não precisa do remédio da farmácia popular ou de qualquer outro remédio. Isso é uma cadeia. Participamos ativamente do Consórcio do Sul do Estado e também na Rede Cuidar, com sede em Guaçuí.
E na Educação, quais pontos o senhor destacaria?
Nossa Educação merece destaque, está tendo um salto de qualidade. Atingimos a meta proposta pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do 1º ao 4º ano. Se antes estávamos em uma decrescente, hoje, estamos crescendo bastante. Estou satisfeito, mas não acomodado. Sabemos que existe muito a ser feito. Nenhuma criança deixa de ir à escola por falta de transporte escolar, por falta de merenda ou por falta de água. As aulas são integralmente respeitadas pelos nossos professores. A creche e pré-escola (Casinha Feliz) terão livros especiais para a idade. O desenvolvimento das crianças que frequentam a Casinha Feliz é magnífico. Temos uma merenda altamente nutritiva, acompanhada por nutricionistas.
Mesmo com baixa arrecadação e algumas dívidas herdadas, como o senhor tem trabalhado a questão das obras públicas?
Do início do nosso mandato até hoje, reformamos a creche, pintura e telhado. Reformamos a Casinha Feliz, dois postos de saúde, a Escola “Valdir Monteiro”. Colaboramos na reforma do hospital. Estamos finalizando a obra de restauração do posto de saúde do Batatal e também de Taquaruçu. As obras estão sendo feitas com os pedreiros e serventes do município. Refizemos o muro do campo, o muro da Escola “Maria de Lourdes”. Estamos fazendo a nossa pista de caminhada em torno do campo Boa Vista, além de manter toda a malha vicinal em condições de tráfego.
Diante de todo o trabalho e das metas apresentadas, qual destaque o senhor faria?
Eu gostaria de destacar a qualidade dos nossos servidores que, mesmo diante da pior crise que o País já passou, continuam a trabalhar para o crescimento da nossa cidade. Destaco, ainda, o governador Paulo Hartung que ajudou muito o nosso município. Esperamos que melhore mais a nossa arrecadação, para que possamos fazer mais pela nossa Apiacá.
Diante destes avanços, quais são as metas para 2019?
Manter o que já foi feito. Tentar ser criativo com o pouco recurso que nos é repassado. Estamos buscando a reforma do Clube e a aquisição de um terreno para a construção de um eventual parque de exposições para o município. Buscamos, ainda, casas populares do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Estamos tentando o saneamento básico, toda a questão de rede de esgoto do município. Pretendemos dar uniformes para as crianças, aulas de xadrez nas escolas. São metas pretensiosas, mas pretendemos trabalhar intensamente para conquistá-las.
Fonte: Aqui Notícias
Parabéns
ResponderExcluirFez taaaanta coisa. Ao não conseguiu tapar os buracos.
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