'ESTÁ DEMONSTRANDO O PORQUÊ DO MEDO EM ABRIR UMA CPI DA CESAN', AFIRMA EUCLÉRIO SAMPAIO


Deputado estadual lembrou que propôs a abertura de uma CPI no ano passado, mas a iniciativa não foi à frente por conta de uma manobra da bancada governista na Assembleia.

O escândalo de corrupção que atinge a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) não surpreendeu o deputado estadual Euclerio Sampaio (PSDC). No início do ano passado, ele pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar contratos da empresa, porém, uma manobra da base governista impediu que os trabalhos seguissem em frente. “A ação do Ministério Público demonstra o medo do governador [Paulo Hartung, do MDB] em abrir uma CPI para investigar a Cesan e a Odebrecht”, afirmou o parlamentar, um dos poucos oposicionistas na Assembleia Legislativa.

Ele lembrou que o pedido de CPI chegou a ser protocolado com todas as assinaturas necessárias, porém, a liderança do governo se articulou para mudar o Regimento Interno da Casa com objetivo de permitir a retirada de assinaturas. Euclerio chegou a entrar na Justiça contra a manobra, mas até hoje não houve uma decisão sobre o assunto. No entanto, ele acredita que a denúncia de improbidade confirma as suspeitas lançadas por ele.

Para Euclerio, a ação de improbidade contra 19 pessoas, entre elas, figuras muito próximas a Hartung, indica que o grau de envolvimento de integrantes do governo com a empreiteira – um dos principais alvos da Operação Lava Jato. “Esse governo está atolado até a cabeça nisso. Estou cansado dessa gestão. São vários casos de corrupção, enquanto a população está morrendo por falta de saúde e segurança pública”, acrescentou. O deputado ainda parabenizou o Ministério Público pela iniciativa “em favor do povo e na defesa do patrimônio público”.

O deputado também citou que um dos denunciados (Hélio de Souza), membro da comissão de licitação da Cesan, também aparece na denúncia mais recente sobre fraudes na contratação de empresas para o programa “Águas e Paisagens”, desenvolvido pela companhia com recursos do Banco Mundial. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu cautelarmente a licitação, atendendo ao pedido do parlamentar.


Na denúncia encaminhada à Justiça, o Ministério Público aponta um superfaturamento de R$ 46 milhões em contratos da Odebrecht para execução dos serviços de operação e manutenção de estações de tratamento de esgoto. A Promotoria de Justiça Cível da Capital pediu a decretação do bloqueio dos bens de todos os 19 denunciados, além da quebra do sigilo bancário dos ex-presidentes de Cesan, Neivaldo Bragato e Paulo Ruy Carnelli. Atualmente, os dois ocupam cargos na gestão Hartung. O primeiro está lotado no gabinete do governador e o segundo é hoje o secretário estadual de Transportes e Obras Públicas. Também foram denunciados outros ex-secretários de Hartung: Luiz Ferraz Moulin e Anselmo Tozi.

Fonte: ES IMPRENSA LIVRE


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