Moradores da comunidade de Santa Rita do
Prata, enviaram fotos à redação da Rádio Natividade (via WhatsApp),
queixando-se da situação de abandono em que se encontram e pedem
providências à Prefeitura de Varre-Sai. De acordo com eles, o lixo tem
se acumulado pelas ruas, também tomadas por mato e entulhos.
A ponte que liga o município com o
Espírito Santo, encontra-se em situação precária e uma das cabeceiras
ruiu, levando perigo à vida de quem passa por lá. Isso sem falar, no
conjunto habitacional que começou a ser construído há mais de uma
década, nunca concluído, mas que hoje encontra-se em ruínas. A situação –
que chegou a ser denunciada em matéria do jornal O Globo – é um dos
claros exemplos de desperdício do dinheiro público (leia abaixo).
RELEMBRE A MATÉRIA DE O GLOBO DE 03/06/2014
Uma pequena ponte divide o município de
Guaçuí, no Espírito Santo, daquela que é a cidade mais distante da
capital no Estado do Rio: Varre-Sai, a 358 quilômetros de distância da
metrópole. Com boa vontade, é possível chegar lá de carro em
aproximadamente cinco horas e meia. O que não quer dizer que quem chega
não possa encontrar uma cena que também é figurinha fácil nos grandes
centros: no terceiro dia da série de reportagens “O Rio que o Rio não
conhece”, O GLOBO mostra como o município de apenas 9.475 habitantes, no
Noroeste do estado, exibe obras paradas, que apodrecem a olhos vistos.
OITO ANOS DE ESPERA POR CASAS
A poucos metros da divisa com Guaçuí, já
é possível ver o primeiro exemplo de desperdício: um conjunto com 35
casas cujas obras estão paradas há oito anos. Os recursos para a
construção vieram de um convênio assinado entre o governo estadual e a
prefeitura em 2004. Foram repassadas quatro parcelas de R$ 65 mil, num
total de R$ 260 mil. As residências, na localidade de Santa Rita do
Prata, já têm paredes, telhados, mas estão tomadas por mato. Há cerca de
três meses, apesar de inacabadas, foram até ocupadas por um grupo de
ciganos, que deixou o local após algumas semanas.
— A região tem polícia, escola, uma
estrada asfaltada, mas as casas não ficam prontas. Ninguém tem mais
esperança — comenta a psicóloga Elisângela Moreira Teixeira, que mora
numa casa colada na divisa, em Guaçuí, mas tem toda a família instalada
em Varre-Sai.
A obra do conjunto habitacional é uma
novela que foi parar nos tribunais. Segundo o governo estadual, há uma
decisão judicial determinando a conclusão das casas. Então, agora, quase
dez anos depois de o convênio ter sido assinado, a Secretaria estadual
de Obras prepara um novo edital de licitação para a conclusão do
projeto, que prevê ainda a implementação de uma estação de tratamento de
esgoto. A previsão, agora, é que os trabalhos comecem no segundo
semestre deste ano.
Mas nem só de convênios tão antigos
vivem as obras que se arrastam em Varre-Sai. Em 2010, novamente estado e
município assinaram uma parceria. A expectativa era concluir em 16
meses uma praça, um complexo esportivo e uma nova sede para a
prefeitura. Somente em recursos estaduais, segundo levantamento do
gabinete do deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), já foram gastos
R$ 4,5 milhões. No tal complexo esportivo, o que se vê é mato alto e uma
arquibancada que dá para esse mato. Apesar disso, a prefeitura nega que
haja abandono e diz que há previsão de conclusão para este ano.
A sede da prefeitura, com aspecto
futurista que lembra um disco voador, também não está pronta. E, apesar
de o convênio com o estado ter previsto a conclusão em meados de 2011, o
secretário municipal de Gabinete, André Luís Ramos de Souza, garante
que está tudo dentro do prazo. Ele também defende o projeto que
contrasta bastante com o centro da cidade, formado por sobrados antigos,
incluindo a própria sede atual da prefeitura, uma construção de 1900.
André Luís observa que “Varre-Sai não é uma cidade histórica e, além do
mais, é feita de habitações de todos os gêneros”.
O município só se emancipou da vizinha
Natividade em 1993, mas mesmo com pouco tempo de existência coleciona
problemas políticos. O atual prefeito, Everardo Ferreira (PP), foi
multado em R$ 40 mil na semana passada pelo TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) por propaganda irregular na última eleição. A acusação é de
uso de vídeo institucional na Secretaria municipal de Saúde e na sala de
espera da sede da prefeitura, em setembro de 2012, com entrevistas,
imagens e informações de obras realizadas no primeiro mandato. Ele ainda
é alvo no TCE (Tribunal de Contas): no caso mais grave, foi comunicado
que terá de devolver R$ 296 mil aos cofres públicos por não ter
comprovado serviços sociais prestados pela Associação Ação dos Centros
Integrados de Assistência à Criança. O chefe de gabinete André Luís
Ramos alegou que os processos estão em fase de recurso.
FOTOS ATUAIS DA COMUNIDADE DA PRATA
Com as informações e fotos: Da redação da Rádio Natividade
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